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Desconstruindo muros – Bem-aventurados os que têm um coração de pobre

Nós seres humanos temos a necessidade de pertencer, de sermos amados e acolhidos em nosso meio, seja familiar ou social. Isto é natural, mas, como nem sempre somos aceitos integralmente, podemos criar meios, sem que a gente perceba, para sermos “bem aceitos”.

Construímos muros emocionais e os enfeitamos com as cores que temos na bagagem. Traçamos linhas e características que possam ser apreciadas e aceitas pelos que amamos e admiramos. A altura desses muros que construímos depende de cada pessoa, varia do quanto ela se importa com os valores que lhe são impostos, com a comparação que ela faz com outras pessoas. Por trás de todo esse mecanismo de defesa, está um inimigo que todos carregamos em nosso atual estágio evolutivo: o orgulho.

O orgulho disfarçado de timidez, de vítima que sofre a opressão da família, da sociedade, do meio em que vive, faz com que, cada um em seu próprio estilo, procure modos de desenvolver a máscara criada para cada dia, cada lugar, cada convívio.

Isto faz com que nos distanciemos cada vez mais de nossa essência, de quem somos de fato, criando um espaço vazio dentro de nosso ser que, muitas vezes, se traduzem em doenças no corpo físico ou psíquico.

O Mestre nos deu o remédio em sua passagem pela terra, dizendo:
“Bem-aventurados os que têm um coração de pobre porque deles é o Reino do Céu”.
Muitos têm interpretado esse ensinamento como se a pobreza material fosse a questão. Aqui Jesus nos fala em sermos HUMILDES de coração. Ser humilde é nos sentirmos como IGUAIS. Se somos iguais como filhos do mesmo Criador, devemos ser respeitados, amados, acolhidos como somos. Com erros, falhas, defeitos, qualidades… porém sabemos que nem sempre é assim.

Vamos começar por nós mesmos, aceitando as pessoas como são, sem julgamentos. Aceitação não significa se identificar e seguir toda linha de pensamento, nem mesmo concordar com tudo, mas sim, respeitar diferenças pois todos têm o mesmo valor diante do Pai.

Ser humilde é aceitar a si mesmo. Pequeno, grande, essencial, mas não o único nem O melhor.

Em última instância, voltamos ao fundamento principal de Cristo: Amar o próximo como a nós mesmos. Nos amando, nos aceitamos, escutamos nossas necessidades essenciais, acolhemos as nossas falhas e limitações, a humildade nos permite sermos o que somos, sem julgar, pois podemos a cada dia, a cada encarnação nos comprometer conosco diante de Deus para sermos uma pessoa cada vez melhor.

A humildade nos faz menos tristes, menos ansiosos, retirando o melindre, nos faz mais esperançosos e com fé de que a transformação é constante e faz parte da vida.

A direção é uma só: evoluir ao nível do Mestre. Os caminhos, cada um escolhe o que lhe convém.

Denise Patti Vitiello
Voluntária do Grupo Socorrista São Paulo